Nova série
ano III
Novembro 2012
ISSN 2177-2673

Número
9

O monólogo da aparola

JACQUES-ALAIN MILLER - AME, Membro da EBP, ECF, ELP, EOL, NEL, NLS e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Endereço eletrônico: jam@lacanian.net


Resumo: Jacques-Alain Miller expõe uma perspectiva presente no final do ensino de Lacan que atinge algumas coordenadas fundamentais como a fala, a linguagem, a letra, e determina um novo regime da interpretação. A fala, marcada pela estrutura do diálogo, em que um sujeito se move pela vontade-de-dizer ao Outro, é reconsiderada com o conceito de lalíngua, que não se move pelo sentido, mas pelo gozo, por um querer-gozar. A fala sob o regime de aparola não inclui o diálogo, trata-se de monólogo, em que não há comunicação, há autismo. No que diz respeito ao conceito de pulsão, Miller enfatiza que Lacan inicialmente estruturou-a considerando o modelo da comunicação, da fala, apresentando-a como um querer-gozar sob o domínio do querer-dizer. Com aparola, a pulsão domina a fala, pois a perspectiva vigente é a do gozo e não a da comunicação. Outra linha norteadora do texto se refere ao conceito de inconsciente estruturado como uma linguagem, que perde preeminência em função da vertente imposta pelos dos conceitos de aparola e de lalíngua, onde é o gozo que fala. Essa reordenação conceitual repercute no conceito de interpretação, porque “se não há diálogo, não há interpretação”. Miller finaliza concluindo que a interpretação deve incidir como limite ao não-diálogo, ao monólogo autista do gozo, de tal modo que é o próprio “real que se assegura pela interpretação”.

Palavras-chave: lalíngua; aparola; gozo; interpretação. lalíngua.


 

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