Número
21
Teoria de Turim: sobre o sujeito da Escola
JACQUES-ALAIN MILLER - AME, Membro da EBP, ECF, ELP,
EOL, NEL, NLS e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Endereço eletrônico: jam@lacanian.net
Resumo: Essa intervenção de J.-A. Miller merece destaque, pois ele expõe aqui uma teoria acerca da Escola e defende sua tese: a vida de uma Escola deve ser interpretada analiticamente, reconhecendo que a “lógica coletiva” proposta por Lacan não havia sido bem entendida até então. Miller retoma inicialmente Freud em “Psicologia dos grupos e análise de eu” sobre o coletivo constituído por uma multiplicidade de indivíduos que tomam o mesmo objeto como Ideal do eu. A partir da leitura de Lacan, discrimina dois tipos, diversos e opostos, de enunciação: o primeiro é um discurso emitido do lugar do Ideal que se estabelece sobre a oposição nós/eles, e que, por isso, intensifica a alienação subjetiva ao Ideal; já o segundo interpreta o coletivo, remetendo cada um de seus membros à solidão de sua relação com o Ideal. Ou seja, o primeiro se apoia na sugestão massificante, o segundo é interpretativo e desmassificante. Este é o paradoxo da Escola e a aposta de Lacan: de que seja possível uma comunidade entre sujeitos que sabem, por sua própria análise, o que é o Ideal e o que é a solidão subjetiva. Este é o desejo de Escola para Lacan: uma soma de solidões subjetivas, incomparáveis, ou seja, sujeitos habitados por uma extimidade de um mais-de-gozar singular a cada um. Miller diz ainda que constituir uma Escola não é senão subjetivá-la, fazer da Escola um sujeito, um $, afirmando então: a Escola é um sujeito.
Palavras-chave: Escola de Lacan, coletivo, sujeito, solidão.
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