Número
13
Medicina e psicanálise: elogio do mal entendido
François Ansermet - AP, Membro da ECF e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Endereço eletrônico: francois.ansermet@hcuge.ch
Resumo: Medicina e psicanálise: devemos ver, entre esses
dois campos, um novo par contemporâneo em via de formação?
Essa é a questão que norteia esse artigo no qual o autor
vai demonstrar como a clínica psicanalítica depende da
transferência. Se a clínica médica faz convergir a
psicanálise para uma série de fenômenos nos quais parecem
se delinear também os contornos do real – autismo,
fenômenos psicossomáticos, traumatismo psíquico, suicídio,
anorexia –, estes fenômenos clínicos, tomados a título de
exemplos, não têm a estrutura de sintomas no sentido
analítico do termo. Eles desvelam a evidência do real: “do
real, na medida em que ele é o domínio do que subsiste fora
da simbolização”. A prática da psicanálise nas fronteiras
da medicina faz assim agrimensurar o campo de uma clínica
do real. Resta definir mais precisamente esse campo e
determinar o que nele está em jogo para a clínica: esses
pontos limites entre medicina e psicanálise poderiam assim
se tornar, para a psicanálise, uma espécie de laboratório
de pesquisa sobre a questão do real.
Palavras-chave: Medicina; psicanálise; transferência; sintoma; real.
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