Nova série
ano V
Março 2014
ISSN 2177-2673

Número
13

Medicina e psicanálise: elogio do mal entendido

François Ansermet - AP, Membro da ECF e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.

Endereço eletrônico: francois.ansermet@hcuge.ch


Resumo: Medicina e psicanálise: devemos ver, entre esses dois campos, um novo par contemporâneo em via de formação? Essa é a questão que norteia esse artigo no qual o autor vai demonstrar como a clínica psicanalítica depende da transferência. Se a clínica médica faz convergir a psicanálise para uma série de fenômenos nos quais parecem se delinear também os contornos do real – autismo, fenômenos psicossomáticos, traumatismo psíquico, suicídio, anorexia –, estes fenômenos clínicos, tomados a título de exemplos, não têm a estrutura de sintomas no sentido analítico do termo. Eles desvelam a evidência do real: “do real, na medida em que ele é o domínio do que subsiste fora da simbolização”. A prática da psicanálise nas fronteiras da medicina faz assim agrimensurar o campo de uma clínica do real. Resta definir mais precisamente esse campo e determinar o que nele está em jogo para a clínica: esses pontos limites entre medicina e psicanálise poderiam assim se tornar, para a psicanálise, uma espécie de laboratório de pesquisa sobre a questão do real.

Palavras-chave: Medicina; psicanálise; transferência; sintoma; real.

 

Texto em PDF

 

>>Medicina e psicanálise: elogio do mal entendido