Nova série
ano V
Dezembro 2014
ISSN 2177-2673

Número
15

A criança entre a mulher e a mãe

JACQUES-ALAIN MILLER - AME, Membro da EBP, ECF, ELP, EOL, NEL, NLS e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Endereço eletrônico: jam@lacanian.net


Resumo: Neste texto, Jacques-Alain Miller trabalha a demonstração de Lacan que o objeto só encontra seu justo lugar na psicanálise ao se submeter à função de castração. Ele destaca que essa demonstração compreende três tempos, sucessivamente: a homossexualidade feminina, a perversão masculina e fobia infantil. Discutida através da posição maternal perante o objeto criança, Jaques-Alain Miller afirma que a metáfora paterna remete a uma divisão que impõe, na ordem do desejo, que o objeto criança não seja tudo para o sujeito materno. Quer dizer que há uma condição de não-todo, o objeto criança não deve ser tudo para o sujeito materno, pois o desejo da mãe deve se dirigir e ser atraído para um homem. Isso exige, portanto, que o pai seja, também, um homem. A criança divide assim, no sujeito feminino, a mãe e a mulher. E é essencial que ela divida. Logo o autor conclui que a metáfora infantil pode se inscrever como a consequência da metáfora paterna. Ela só é bem sucedida se não fixa o sujeito na identificação fálica mas se, ao contrário, lhe dá acesso à significação fálica, na modalidade da castração simbólica, o que torna necessário que seja preservado o não-todo do desejo feminino.

Palavras-chave: mãe, mulher, criança, metáfora paterna, metáfora infantil, objeto, castração.


 

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