Número
15
A criança entre a mulher e a mãe
JACQUES-ALAIN MILLER - AME, Membro da EBP, ECF, ELP,
EOL, NEL, NLS e da Associação Mundial de Psicanálise – AMP.
Endereço eletrônico: jam@lacanian.net
Resumo: Neste texto, Jacques-Alain Miller trabalha a
demonstração de Lacan que o objeto só encontra seu justo
lugar na psicanálise ao se submeter à função de
castração. Ele destaca que essa demonstração compreende
três tempos, sucessivamente: a homossexualidade feminina, a
perversão masculina e fobia infantil. Discutida através
da posição maternal perante o objeto criança, Jaques-Alain
Miller afirma que a metáfora paterna remete a uma divisão
que impõe, na ordem do desejo, que o objeto criança não
seja tudo para o sujeito materno. Quer dizer que há uma
condição de não-todo, o objeto criança não deve ser tudo
para o sujeito materno, pois o desejo da mãe deve se
dirigir e ser atraído para um homem. Isso exige,
portanto, que o pai seja, também, um homem. A criança
divide assim, no sujeito feminino, a mãe e a mulher. E é
essencial que ela divida. Logo o autor conclui que a
metáfora infantil pode se inscrever como a consequência da
metáfora paterna. Ela só é bem sucedida se não fixa o
sujeito na identificação fálica mas se, ao contrário, lhe
dá acesso à significação fálica, na modalidade da castração
simbólica, o que torna necessário que seja preservado o
não-todo do desejo feminino.
Palavras-chave: mãe, mulher, criança, metáfora paterna, metáfora infantil, objeto, castração.
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