Nova série
ano VIII
Março 2017
ISSN 2177-2673

Número
22

Editorial

 

Opção Lacaniana online abre este número reeditando o texto “Psicanálise pura, psicanálise aplicada & psicoterapia”, de Jacques-Alain Miller, que discute os princípios da psicanálise em suas aplicações mais diversas. Como ele ressalta, não se trata tanto da confusão entre a psicanálise pura e a psicanálise aplicada à terapêutica. O que importa verdadeiramente é a mistura que confunde, em nome da terapêutica, o que é psicanálise com o que ela não é. Na mesma direção, Éric Laurent fala em entrevista sobre a experiência de aplicação terapêutica da psicanálise, distinguindo a psicanálise das psicoterapias e da ciência a partir das perspectivas de felicidade e bem-estar.

Fazendo jus ao dia oito deste mês de março, quatro artigos discutem as mulheres. Clotilde Leguil aponta, a respeito do conceito de identidade, o “nós” como efeito da globalização que ressurge como “retorno do recalcado” da homogeneização do mundo. Beatriz Moreno discorre sobre a beleza que Lacan refere ao desejo mas também às paixões, nas quais, como sabemos, reside a raiz da violência dirigida ao feminino. Malvine Zalckberg comenta o que leva algumas mulheres a se arrependerem de terem tido filhos na medida em que a liberdade pessoal, aliada à liberdade sexual, tornou a maternidade uma escolha. E, em outro artigo a partir do filme Olmo e a gaivota, a maternidade é também posta em questão. Deslizando do tema do feminino para o da escrita e da arte, dois textos fecham a edição. Os títulos dizem de seus percursos: “Letra: semblante e gozo” e “a-bordagens da arte em psicanálise: sublimação, psicografia e sinthoma”.


Heloisa Caldas